Como ingressar em uma universidade portuguesa?

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Sabia que é possível utilizar o ENEM para ser admitido em uma Universidade Portuguesa?

O ENEM começou a ser aceito em 2014 em Portugal. Começou a ser admitido com duas Universidades: Coimbra e Algarve. No decorrer dos anos, outras Universidades também passaram a admitir essa possibilidade. Hoje já são mais de 50 Instituições de Ensino que admitem essa possibilidade.

É aceita a nota do ENEM em Portugal, de até três anos retroagidos a partir da data de inscrição que deve ser feita no site das Universidades. A nota do ENEM é utilizada de maneira parecida com a das Universidades brasileiras, cada curso tem uma nota mínima a ser atingida pelo aluno e cada uma das 5 notas do exame tem um peso, que varia de acordo com o curso. As próprias Universidades possuem explicações sobre como é feito o cálculo para conversão das notas do exame.

É importante ressaltar que cada Universidade Portuguesa terá um processo seletivo diferente, ou seja, assim como a nota de corte, cada universidade pode exigir uma documentação para quem usa a nota do ENEM em Portugal. No entanto, normalmente os documentos exigidos são: Declaração de que cumpre todos os pré-requisitos; Cópia do documento de identidade ou passaporte; Cópia do CPF; Foto 3×4; Certificado de equivalência ao ensino secundário português; Diploma apostilado, com base nas regras da Apostila de Haia, do ensino médio; Histórico completo apostilado do ensino médio; Declaração pessoal com as notas do ENEM (e uma imagem da tela onde aparecem as classificações).

Todavia, quando o estudante tem dupla cidadania, portuguesa ou de outro país da UE, essa forma de acesso não é permitida. Nestes casos, esses estudantes devem concorrer através do concurso nacional.

O concurso nacional é a forma de acesso ao ensino português e quem pode fazer são:

– Os alunos portugueses matriculados em uma escola secundária;

– Os que já terminaram o secundário (ensino médio), mas não conseguiram uma vaga nos anos anteriores.

– Os que terminaram seus estudos em um país estrangeiro e possuem cidadania portuguesa ou europeia.

– Os que são estrangeiros e moram em Portugal de forma legal há mais de 2 anos.

Assim, este é o caminho para os brasileiros que não são abrangidos pelo estatuto do estudante internacional. Para participar do concurso nacional é necessário fazer provas que são chamadas de exames nacionais. Para poder fazer essas provas, os brasileiros devem se inscrever como alunos autopropostos, isto é, que não estão matriculados em nenhuma escola secundária portuguesa.

Diferente do Enem, que cobra o conteúdo de praticamente todas as disciplinas do ensino médio, no exame nacional português o estudante faz apenas as provas obrigatórias (normalmente duas disciplinas) e outras escolhidas em função do curso que pretende concorrer. No caso de brasileiros com dupla nacionalidade não é necessário fazer as provas obrigatórias. Desta forma, um aluno que pretende concorrer a uma vaga no curso de Direito vai precisar fazer apenas as provas de português, filosofia e história.

O grande problema é que o currículo do ensino secundário inclui um número bem menor de disciplinas em comparação com o programa do ensino médio brasileiro. Isso faz com que o conteúdo estudado seja mais aprofundado. Por exemplo, o conteúdo cobrado na prova de Matemática A é equivalente ao primeiro ano de cálculo do ensino superior brasileiro.

A prova também é diferente, pois possui questões de múltipla escolha e dissertativas. Acontecem ao longo de uma semana e o aluno faz apenas uma disciplina por dia. O número de questões é bem menor e a redação só é exigida para os que farão prova de português ou de línguas estrangeiras.

Além disso, o concurso tem duas vezes no ano, normalmente em junho e outra que acontece em julho. Porém, com a Pandemia essas datas foram alteradas e ocorrerão em agosto e setembro de 2021.

Uma das grandes dificuldades dos brasileiros, além do conteúdo, é com relação as diferenças linguísticas. O formato das perguntas é diferente da usada no Brasil, o que faz com que os alunos, muitas vezes, não compreendam exatamente o que está sendo perguntado. Então, a sugestão é estudar os conteúdos com antecedência, conhecer os modelos de prova e estilo de correção e tentar se familiarizar com a linguagem utilizada no português de Portugal.

Por fim, vale salientar que diversas Universidades já estão com as inscrições abertas para licenciatura (graduação), mestrado e doutorado. Não perca tempo!

Se tiver dúvidas, contrate um profissional para ajudar no seu processo de admissão.

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